Rubens Francisco Lucchetti (29 de janeiro de 1930, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo), mais conhecido como R. F. Lucchetti, é um ficcionista,desenhista, articulista e roteirista de filmes, histórias em quadrinhos e fotonovelas.
Entre 1960 e 1965, idealizou, organizou e realizou, sob suas expensas, uma série de manifestações culturais.
A partir de 1960, começou a publicar esporadicamente na imprensa paulistana, escrevendo artigos para os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e Shopping News, entre outros.
Escreveu inúmeras histórias em quadrinhos para alguns dos maiores desenhistas do Brasil, como Nico Rosso, Eugênio Colonnese, Rodolfo Zalla, Julio Shimamoto, Sérgio M. Lima, José Menezes, Paulo Hamasaki, Osvaldo Talo, Juarez Odilon, Wilson Fernandes, Sampa (Francisco Ferreira Sampaio), Flávio Colin e Edmundo Rodrigues. Começou a publicar histórias aos doze anos, na década de 1940 (seu primeiro texto publicado foi "A Única Testemunha", escrito sob a influência e o impacto da leitura dos contos "O Gato Preto" e "O Coração Revelador", de Edgar Allan Poe). Na maioria das vezes, assinava com pseudônimos (sugeridos quase sempre pelos próprios editores, que não acreditavam num nome latino assinando histórias de Mistério e Horror) ou heterônimos, como Theodore Field, Terence Gray, Mary Shelby, Peter L. Brady, Christine Gray, R. Bava, Isadora Highsmith, Helen Barton, Frank Luke, Brian Stockle e Vincent Lugosi . Escreveu e publicou ao todo 1.547 livros, trezentas histórias em quadrinhos, 25 roteiros de filme e centenas de programas de rádio e televisão e inúmeros contos para revistas pulp . Para a editora carioca Cedibra (Companhia Editora Brasileira), que pertencia à espanhola Bruguera, produziu romances de bolso de Horror e de Detetive & Mistério, além de traduzir autores estrangeiros . Criou dois reality shows (A Mansão dos 13 Condenados e Jogo das Palavras) e escreveu duas peças de teatro.
Um de seus livros, Noite Diabólica, publicado em 1963, é considerado "o primeiro livro de Terror escrito no Brasil" .
Em 1966, poucos meses após haver se mudado para a cidade de São Paulo, iniciou uma parceria com o cineasta José Mojica Marins, para o qual escreveu quase duas dezenas de roteiros de longas-metragens e, entre outras coisas, os scripts dos programas de tevê Além, Muito Além do Além e O Estranho Mundo de Zé do Caixão.
Com o ilustrador, desenhista e quadrinhista Nico Rosso, criou diversas revistas de histórias em quadrinhos (A Cripta, O Estranho Mundo de Zé do Caixão, Zé do Caixão no Reino Terror, A Sombra, entre outras), que renovaram os quadrinhos brasileiros de Horror.
Entre junho de 1968 e julho de 1970, foi redator-chefe da Projeção, uma revista destinada aos exibidores cinematográficos.
No final da década de 1960, criou três revistas pulp: Série Negra, Aventura e Mistério e Mistérios.
Criou, em 1970, para a Editora Prelúdio, que estava em sérias dificuldades financeiras, diversas revistas masculinas em pequeno formato: Mulheres em Preto e Branco, Mulheres para Fim de Semana, Mulheres Só para Homens, Show de Mulheres e Show Girl.
De 1972 a 1981 foi um dos editores da Cedibra.
Por intermédio de José Mojica Marins, conheceu, em 1977, o cineasta Ivan Cardoso, para quem escreveu os roteiros dos filmes O Segredo da Múmia, As Sete Vampiras, O Escorpião Escarlate e Um Lobisomem na Amazônia.
Na década de 1980, escreveu roteiros para Calafrio e Mestres do Terror, dois gibis de Terror publicados pela Editora D-Arte, de Rodolfo Zalla.
Em 2014, a Editorial Corvo, uma empresa do grupo Editorial ACP, lançou a Coleção R. F. Lucchetti, que irá publicar quinze de seus livros. O primeiro título da coleção é As Máscaras do Pavor.
Em 2015, publicou pela Editora Laços a romantização de seu roteiro original de O Escorpião Escarlate.
Um livro que estava 15 anos engavetado finalmente vai sair das trevas. “O Escorpião Escarlate - O Roteiro Original”, escrito por um dos grandes nomes do terror nacional, Rubens Francisco Lucchetti, foi lançado no início de novembro de 2015 pela editora Laços, de São Paulo.
“Escorpião Escarlate” foi o roteiro que ele escreveu para o cineasta carioca Ivan Cardoso, o mestre do “terrir”, estilo que mistura terror com humor. O filme sobre o bandido mascarado foi lançado em 1990, mas o que pouca gente sabe é que o longa que foi para os cinemas do país ficou bem diferente daquilo que estava no “script”. Pelo menos é o que garante Lucchetti.
“Do roteiro original, acabei mudando muita coisa a pedido do Ivan. E, no final das contas, por questões financeiras, ele acabou cortando muitas cenas que escrevi”, conta.
A publicação da história original deu novo ânimo a Lucchetti. O texto era para ter sido lançado em 2002, no livro/coletânea “O Cinema de R. F. Lucchetti”, o que nunca ocorreu.
“Fico feliz com o lançamento [da Laços]. O Brasil tem poucos livros sobre roteiros e que podem ser fonte de informação pra muita gente que gosta de cinema”, argumenta.
O que dizem sobre Rubens Francisco Lucchetti:
Nelson Motta: (...) R. F. Lucchetti é nada mais nada menos que o roteirista predileto do Zé do Caixão. Além de novelista inveterado (...), dedica-se também às histórias em quadrinhos e ao desenho animado. Como quadrinhista, ele formou dupla com os maiores desenhistas do país, já tendo trabalhado para A Cripta, O Estranho Mundo de Zé do Caixão e outras. Ganhou, em 1963, um prêmio na França, pelo filme de animação Tourbillon, realizado em parceria com o artista plástico Bassano Vaccarini.
Andréa Beltrão: O Escorpião Escarlate. Com ele, ganhei o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Natal, em 1990. Eu adoro o roteiro desse filme, que é do Rubens Lucchetti, um roteirista genial, craque em histórias policiais e de Terror. (...) Lucchetti, por onde você anda? Saudades dos seus roteiros maravilhosos.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/R._F._Lucchetti
http://www.rflucchetti.com.br/
http://www.jornalacidade.com.br/lazerecultura/NOT,2,2,1110152,O+retorno+do+mascarado.aspx
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