Um acontecimento lamentável ocorreu na Comic Con Experience (CCXP) em São Paulo que foi simplesmente impecável, mas o programa Pânico na Band que é um programa de humor e entretenimento (que muito das vezes é considerado um humor negro); além da tiração de sarro e zoação com pessoas que estavam presentes no evento, eles extrapolaram o limite ao "danificar" (removeram a tinta) da fantasia de um cosplay, mas foram mais longe ainda ao integrante do programa Lucas Maciel, passar a língua na cosplay, sendo algo além de constrangedor, atingiu e comoveu toda a comunidade geek, nerd e principalmente, vários cosplayers se revoltaram com a situação. O relato da cosplay envolvida no caso, Myo Tsubasa, pode estar sendo visto CLICANDO AQUI!
Mas a situação não ficou por isso mesmo (e com certeza, terá muito mais problemas ainda), e a equipe do Comic Con emitiu um nota de repúdio ao programa, e inclusive, proibindo a presença do programa na próxima edição do evento. Confira a nota completa abaixo:
"Na CCXP
- Comic Con Experience, todas as pessoas são bem-vindas e incentivadas,
sem preconceitos, a ser quem são - ou quem desejam ser. É um ambiente
harmonioso que defendemos, um lugar onde cosplayers, nerds, gamers,
cinéfilos, leitores de quadrinhos e simples curiosos convivem com
respeito. Numa convenção de cultura pop, o contrato social que sonhamos
para nós - em que toda diferença é aceita e celebrada - torna-se
realidade.
É com tristeza e um sentimento de desgosto, então, que
assistimos à maneira como o programa Pânico na Band, incapaz de lidar
com o diferente, traz para dentro da CCXP seus preconceitos de gênero e
seu franco desrespeito, entrevistando cosplayers com grosseria -
chegando a lamber uma visitante. Depois desse incidente lamentável o
Pânico na Band foi banido da CCXP 2015 e de todas as atividades
organizadas a partir de hoje.
Não se trata aqui de discutir
limites de humor. A cobertura do Pânico na Band da CCXP 2014, inclusive,
foi muito bem-humorada e eles foram credenciados para a nova edição
dentro desse espírito. No entanto, assédios moral e sexual são temas
seriíssimos e preocupações constantes em convenções de cultura pop no
mundo inteiro - assim como fora delas. As atitudes do Pânico na Band
dentro da CCXP representam um retrocesso que não podemos aceitar.
Ninguém pode, não mais.
O senso de humor é um componente
fundamental do cosplay. Nesta segunda-feira a web ainda se diverte com
as imagens dos trajes mais inventivos que passaram pelos quatro dias da
convenção, do meme de Pulp Fiction às crianças vestidas de Coringa. Mas o
cosplay também é uma forma de expressão que ajuda muita gente a
fantasiar, com segurança, com aquilo que deseja para si. Pessoas aderem
ao cosplay para se tornarem mais fortes, usando a interpretação e a
confecção de seus trajes para lutar contra quadros de depressão, para
manifestar sua sexualidade, para trabalhar sua auto-estima, como um
super-herói.
A organização da CCXP repudia com indignação a
postura inaceitável do Pânico na Band porque ela desmancha esse encanto
do qual depende qualquer convenção de cultura pop. Mas os cosplayers, os
nerds, os gamers, os cinéfilos e os leitores de quadrinhos são maiores,
mais unidos e mais fortes. E um dia o contrato social de tolerância que
estabelecemos dentro dessas convenções vai se espalhar porta afora,
como um coro."
The Fellowship of the Comic Con Experience, 7 de dezembro de 2015.
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